Até pouco tempo atrás, quando
se falava no relevo da Amazônia, logo se lembrava da grande Planície Amazônica.
Aliás, essa denominação marcou durante muitos anos, como principal
compartimento, o relevo da região. Dois fatores contribuíram para que essa
ideia estivesse presente. O primeiro, corresponde à visão científica do final do
século XIX, uma vez que as expedições de reconhecimento limitavam-se aos
trechos navegáveis dos rios, não percorrendo aqueles encachoeirados que banham terras
mais altas ou acidentadas.O segundo, diz respeito às classificações de Aroldo
de Azevedo e Aziz Nacib Ab,Saber.
Utilizando-se das
tecnologias da época, eles configuraram a planície Amazônica como predominante
na região, possuindo limites com o Planalto das Guianas e o Planalto Sul
Amazônico. Todavia, após iniciarem-se os modernos estudos fisiográficos da região nos anos 70, essa antiga visão
passou a ser discutida por não se basear em cotas altimétricas. Além disso, ela vem caindo em desuso face à
proposta feita em 1995 pelo professor Jurandyr Ross, do departamento de geografia
da USP.
Com base nessa nova
fisiografia e na reavaliação dos conceitos técnicos das formas de relevo
encontrados no Brasil, podemos dizer que o número de porções do relevo
amazônico praticamente dobrou como
veremos adiante, representando mais fielmente as diversas formas de topografia,
mudando aquela ideia geral e equivocada de que a região apresentava uma única e
grande planície.
FORMAS DE RELEVO DA AMAZÓNIA
Segundo o dicionário técnico
da nova classificação para o Brasil, é possível dividir o relevo amazônico em
três principais formas:
I) Depressão: Caracteriza-se
por ser uma. superfície entre 1OO-5OOm de altitudes com suave inclinação,
formada por processos prolongados de erosão. É mais plana do que o planalto.
II) Planalto: O termo nos
parece sugestivo, porém nada tem a ver com plano alto. Trata-se de uma
superfície irregular com altitude acima de 30om. É o produto da erosão sobre as
rochas cristalinas (metamórficas) ou sedimentares.
Pode apresentar morros, serras ou elevações íngremes de topo plano (chapadas).
III) Planície: É uma superfície
muito plana, com no máximo 100m de altitude, formada pelo acúmulo recente de sedimentos
movimentados pelas águas do mar, de rios ou de lagos. Ocupa porção modesta no
conjunto do relevo brasileiro.
CLASSIFICAÇÃO
ATUAL DO RELEVO
A recente classificação do
professor Jurandyr Ross resultou de uma pesquisa baseada em levantamentos
feitos pelo RADAMBRASIL que fotografou cada pedaço do País com equipamentos
especiais de radar instalados em um avião e imagens de satélites,?) de 1970 a
1985.
Examinando o mapa da classificação
atual, podemos observar que apresenta, conforme ordem crescente de altitude, a
seguinte divisão:
1
Planície do rio Amazonas:
Compreende uma estreita
faixa de terras planas que acompanha principalmente os rios Amazonas, Solimões,
Purus, Juruá, Javari e Madeira, com altitudes inferiores a 10om e desníveis
máximos de 6om. Foi o que restou daquela que se considerava uma planície
gigantesca, reduzida cerca de vinte vezes do tamanho que se imaginava.
2.
Depressão da Amazônia Ocidental:
É a mais ampla porção da
região, apresentando altitudes entre 100 a 200 m.
3.
Depressão Marginal Norte Amazônica:
As altitudes variam entre
200 e 300 metros.
4.
Depressão marginal Sul Amazônica:
Também apresenta uma variação de 200 a 300 metros de
altitude.
5.
Planalto da Amazônia oriental:
Recoberto por mata densa e
com altitude entre 400 e 500 metros, abrange terras que vão de Manaus até o
Oceano Atlântico.
6.
Planaltos residuais Norte Amazônicos
Possui as maiores altitudes
da região variando entre 800 e 1.200m, e os pontos culminantes do relevo
brasileiro, que são o Pico da Neblina (3.014m) e O Pico 31de março (2.992m), ambos
na serra do Imerí, fronteira do Amazonas com a Venezuela. Nessas terras altas,
as tempestades caem muito à noite e índice pluviométrico fica acima de 3.000 mm
por ano, criando uma intensa nebulosidade que dificulta ou impede a obtenção de
imagens de satélites ou fotos aéreas.
Além dos pontos apresentados
no quadro acima, existem outros picos com me- inor altitude no extremo norte
dos municípios de São Gabriel da Cachoeira, Santa Isabel do Rio negro e
Barcelos como o Aracá, Rondon, Tunuí, Macaco, entre outros, e as serras
Tapirapecó, Traíra, Daraá, do Padre, Curupira, Bela Adormecida, Urucuzeiro,
Kaburi, dos Porcos, da Pedra, Unaiuxi e Parima.
O perfil topográfico
apresentado acima representa um corte transversal de noroeste a sudeste, com
cerca de 2.000 km de comprimento, que vai das altíssimas serras do norte da
região, na fronteira com a Venezuela, até o norte do Estado de Mato Grosso.
Podemos notar claramente as estreitas faixas de planícies situadas às margens
do rio Amazonas, a partir das quais seguem-se vastas extensões de planaltos e
depressões.
1.
Quando
se fala em relevo da Amazônia é comum se falar da :
2.
Por
onde as expedições de reconhecimento andavam?
3.
Quais
os limites da Amazônia?
4.
Quando
iniciaram os estudos fisiográficos?
5.
Qual
professor fez a proposta em 1995?
6.
Quais
as 3 divisões do relevo amazônico?
7.
O
que é planalto?
8.
O
que é planície?
9.
O
que é depressão?
10-Quais os rios que acompanham uma faixa
estreita de terra plana?
11-Coloque as letras nos as parênteses correspondentes:
a-
Planície do Rio amazonas
b-
Depressão da Amazônia Ocidental:
c-
Depressão Marginal Norte Amazônica:
d-
Depressão Marginal Sul Amazônica
e-
Planalto da Amazônia oriental:
f-
Planaltos residuais Norte Amazônicos
(
) Recoberto por mata densa e com altitude entre 400 e 500 metros
(
) As altitudes variam entre 200 e 300 metros.
(
) Compreende uma estreita faixa de terras planas
( ) É a mais ampla porção da
região
( ) Também apresenta uma variação de 200 a 300 metros de
altitude
( ) possui as maiores altitudes
da região entre 800 a 1200 metros
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