sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

A INDUSTRIALIZAÇÃO E A URBANIZAÇÃO BRASILEIRA

A industrialização brasileira
O processo de industrialização em nosso país acelerou crescimento das cidades, tomando o Brasil um país predominantemente urbano.
l O início da industrialização
A atividade industrial não era muito significativa no Brasil até o século XIX. Foi somente no  século XX, especialmente durante a década de 1930, que ela assumiu uma importância crescente na economia nacional
Antes de o Brasil se industrializar, o principal produto de nossa economia era o café. A cafeicultura enriqueceu os barões do café, empresários e banqueiros e proporcionou condições favoráveis à industrialização, tais como: acumulação monetária, desenvolvimento de infraestrutura e mão de obra qualificada.
A herança da cafeicultura
São Paulo foi o estado em que a industrialização ocorreu com maior intensidade na primeira metade do século XX. Isso se deve sobretudo ao fato de que nesse estado se desenvolveu a cultura do café, principal fonte de riqueza do país no século XIX.
A produção cafeeira proporcionou uma acumulação monetária, isto é, o enriquecimento dos proprietários de terras e dos empresários ligados à produção e exportação do café. Parte desse capital acumulado com as exportações de café foi investido na importação e de máquinas e na. instalação das primeiras fábricas.
Muitos imigrantes europeus atraídos para o trabalho nas lavouras de café já tinham experiência em fábricas e foram também muito importantes no início de nossa industrialização, pois eram mão "de obra qualificada para o trabalho com máquinas e equipamentos industriais.
O desenvolvimento de infraestrutura de transportes e serviços nas regiões cafeicultoras propiciou a instalação de fábricas nas primeiras décadas da industrialização. Na cidade de São Paulo, por exemplo, estavam em expansão o sistema bancário e a produção de energia elétrica, que permitia a circulação de bondes elétricos, facilitando os deslocamentos dos trabalhadores.
A expansão das ferrovias
As primeiras fábricas utilizaram, ainda, a infraestrutura de transportes existente, especialmente portos e ferrovias, para a obtenção de matéria-prima e energia, necessárias na produção industrial, e para a distribuição dos produtos junto aos mercados consumidores.
As grandes ferrovias da Região Sudeste foram construídas para transportar a produção cafeeira das fazendas até o Porto de Santos.Todas essas linhas encontravam-se na cidade de São Paulo, formando um complexo ferroviário, de onde as mercadorias seguiam para Santos, também por Via férrea. Observe a figura 1.
Outra condição favorável à industrialização do país foi a formação de um mercado consumidor interno para os produtos fabricados pelas indústrias nascentes. Esse mercado consumidor se ampliou com a libertação dos escravizados, que se tornaram mão de obra assalariada, recebendo remuneração pelo trabalho.
As guerras mundiais e & industrialização do Brasil
No início do século XX, a economia mundial enfrentou graves períodos de crise, que tiveram repercussões negativas na produção de café no Brasil - a exportação do produto diminuía bastante ao longo das crises, causando muitos prejuízos aos produtores de café.Essa atividade econômica foi aos poucos se tornando cada vez menos lucrativa.
As duas guerras mundiais do século XX impulsionaram a produção industrial no Brasil. Com a queda na produção industrial dos países envolvidos _nos conflitos, faltaram muitos produtos nas prateleiras brasileiras. A solução foi produzir internamente o que antes era importado, o que contribuiu para o desenvolvimento da atividade industrial.
Características da industrialização brasileira
A industrialização brasileira apresenta três características principais: ocorreu tardiamente, teve um caráter de substituição de importações e depende de capital e tecnologia estrangeiros.
Industrialização tardia ou retardatária- ocorreu cerca de duzentos anos após a Revolução Industrial iniciada na Inglaterra, no final do século XVIII;
Substituição de importações - os produtos anteriormente importados começaram a ser fabricados internamente e foram bem recebidos pelo mercado consumidor;
Dependência - no início, houve necessidade de importar, de países já industrializados e mais desenvolvidos economicamente, máquinas e equipamentos para as indústrias nacionais. Posteriormente, foram atraídos investimentos e tecnologia estrangeiros, para incrementar as indústrias de bens de consumo já existentes e para implantar outros tipos de indústrias, como as siderúrgicas e petroquímicas, consideradas indústrias de base. Embora o país conte com um significativo parque industrial, essa dependência ainda marca a indústria brasileira.
Concentração e desconcentração industrial
Desde o início da industrialização brasileira, o estado de São Paulo tem a maior concentração de unidades fabris, que atualmente constituem um parque industrial moderno e diversificado. Destaca-se a Região Metropolitana de São Paulo.
Na década de 1970, o estado de São Paulo era responsável por 58,42% da produção industrial do país e a Região Metropolitana de São Paulo concentrava 77,52% do total do estado. Em 1990, esses índices passaram a ser, respectivamente, 52,83% e 58,92%. Em 2008, a produção industrial do estado de São Paulo havia caído para 38,80% do total do país.
Esses dados mostram que vem ocorrendo uma relativa desconcentração industrial, isto é, há uma tendência de distribuição das empresas industriais pelo território brasileiro. Isso decorre, entre outros fatores, do elevado custo de terrenos, aluguéis e impostos, dos congestionamentos nas principais vias de circulação e dos salários mais altos praticados em algumas regiões.
Além disso, para atrair a instalação das indústrias, os governos estaduais e municipais têm oferecido vantagens, tais como isenção fiscal e doação de terrenos. Assim, novos polos industriais têm se formado em outras regiões do país, especialmente no Sul e no Nordeste.
Ainda assim, o Sudeste continua a concentrar o maior número de empresas industriais, tendo, portanto, o mais importante parque industrial, como é possível ver na figura 2
Prioridade às rodovias
Com o desenvolvimento da atividade industrial no país, as rodovias tornaram-se uma necessidade para atender às demandas de circulação de matérias-primas e mercadorias.
A opção pelas rodovias como principal meio de transporte, a partir da década de 1950, aconteceu por causa da expansão da indústria automobilística. Nessa época, no Brasil, além da implantação das indústrias de automóveis,  ocorreu a mudança da capital do país para a Região Centro-Oeste. Esses fatos explicam o vasto programa de construção de rodovias adotado em nosso país.
A inauguração da rodovia Belém-Brasília, atravessando os estados do Pará, Maranhão, Tocantins e Goiás, foi um marco da transformação dos espaços pela atividade industrial e pela construção das estradas: o Brasil estava deixando de ser essencialmente agrário, e a ocupação, principalmente litorânea, começava a dirigir-se para o interior.
Outras rodovias importantes que surgiram no final da década de 1950 e no início da década de
1960 foram a Brasília-Acre, a Fortaleza-Brasília e a Brasília-Cuiabá.
Falta de infraestrutura
Embora o sistema rodoviário tenha sido escolhido como prioritário no Brasil, as políticas de investimento em infraestrutura ainda são insuficientes. Segundo a Agência Nacional de Transportes Terrestres, órgão do governo federal que regula e fiscaliza a prestação dos serviços de transportes terrestres, dos cerca de 1 milhão e 735 mil quilômetros de estradas que compõem a malha rodoviária brasileira, apenas 219 mil quilômetros ainda são de rodovias pavimentadas (dados de 2008).
A deterioração das rodovias nacionais e as falhas nas condições de segurança colocam em risco o usuário, provo cando frequentes acidentes com vítimas.
A urbanização brasileira
A urbanização brasileira ocorreu de maneira rápida. Em apenas quatro décadas, a população urbana quase triplicou. População urbana no Brasil
Desde 1940, a participação da população rural do Brasil no total populacional vem diminuindo. Em contrapartida, a população urbana aumentou.
Hoje em dia, não parece nenhuma novidade afirmar que a maior parte da população brasileira vive em cidades. Mas essa urbanização é bastante recente em nosso país. Há relativamente pouco tempo era muito grande no Brasil a parcela da população que vivia e trabalhava no campo.
Foi nos quarenta anos decorridos entre 1940 e 1980 que houve uma verdadeira inversão quanto ao lugar de moradia e trabalho da população brasileira: nesse período a população total do Brasil praticamente triplicou, enquanto a população urbana se multiplicou por sete vezes e meia.Observe no gráfico (figura 3) e no mapa (figura 4) alguns dados sobre a urbanização no Brasil.
Urbanização recente
Além de ser bastante recente, o processo de urbanização Brasileiro se intensificou com muita rapidez. A população urbana brasileira saltou de aproximadamente 53 milhões em 1970 para 160 milhões de pessoas no ano de 2010, enquanto a população rural, que era de cerca de 41 milhões em 1970, ficou reduzida amenos de 30 milhões em 2010.
Até a década de 1950, as atuais metrópoles de São Paulo e Rio de Janeiro não tinham papel preponderante na economia agroexportadora. Embora já se constituíssem como centro financeiro e de negócios, sua importância era bastante restrita. A Bolsa do Café, por exemplo, onde eram negociadas as safras, localizava-se na cidade de Santos.
Ao longo do século XX, o perfil da economia brasileira foi se modificando: de predominantemente agroexportador, nosso país passou a ser também industrializado. Nas cidades, a industrialização crescente passou a ser um atrativo às pessoas em busca trabalho, o que, junto ao êxodo rural provocado pela mecanização da atividade agrícola, intensificou o processo de urbanização no Brasil.
Urbanização e industrialização
Primeiramente devemos compreender a industrialização como um fenômeno que vai além da simples instalação de fábricas em determinado lugar. De modo geral, podemos defini-la como um processo em que a atividade industrial passa a comandar a economia de uma sociedade, tornando outras atividades (comércio, transportes operações financeiras, produção de matéria-prima na agricultura, pecuária, extrativismo etc.) subordinadas a ela.

Assim, o processo de industrialização acaba gerando a necessidade de ampliar a oferta de serviços e equipamentos urbanos.

ATIVIDADE

1 QUANDO A INDÚSTRIA PASSA A TER UM PAPEL SIGNIFICATIVO NO BRASIL?

2 QUEM ENRIQUECEU COM A CULTURA DO CAFÉ NO BRASIL?

O QUE VOCÊ ENTENDE POR MÃO DE OBRA QUALIFICADA?

O QUE É IMPORTAÇÃO?

5 O QUE É EXPORTAÇÃO?

POR QUE OS IMIGRANTES FORAM MUITO IMPORTANTES NO INÍCIO DE NOSSA INDUSTRIALIZAÇÃO?

O QUE VOCÊ ENTENDE POR MATÉRIA-PRIMA?

CITE UMA CONDIÇÃO FAVORÁVEL PARA A INDUSTRIALIZAÇÃO DO BRASIL NA ÉPOCA?

COMO AS GRANDES GUERRAS CONTRIBUÍRAM PARA O CRESCIMENTO INDUSTRIAL BRASILEIRO?